SANTO GRIAL
SANTO GRIAL
(...) Várias fontes históricas e arqueológicas sustentam que um padre beneditino celebrava a Eucaristia no altar da capela lateral da igreja de Cebreiro no século XIX/XIV. Pensei que naquele dia rigoroso de inverno, quando a neve se acumulava e o vento era insuportável, ninguém iria à missa. Mas estava errado. Um conterrâneo de Barxamaior, chamado Juan Santín, sobe a Cebreiro para participar na Santa Missa. O monge celebrante, de pouca fé, despreza o sacrifício do camponês. Mas no momento da Consagração o sacerdote percebe como a Hóstia se transforma em carne, e o cálice em sangue fervente (...)
O Santo Graal, um dos elementos mais conhecidos da tradição cristã, é o pretexto que o compositor utiliza para a composição desta obra. Múltiplas histórias cercam este ícone que atingiu o seu esplendor com o romance de Dan Brown dez anos antes da composição deste poema sinfónico em 2013.
As melodias são arquitetonicamente elaboradas. Com elas, o compositor evoca as batalhas épicas da época do Rei Arthur e todo o romance que passa-se em torno dessa figura e dos seus cavaleiros que têm a sua cadência motora nos trigêmeos percussivos, que emulam uma atmosfera que pode muito bem nos lembrar dos filmes mais conhecidos do grande cinema. Este Santo Graal não se baseia apenas na história de todos conhecida, mas centra-se também na lenda, com mais de 500 anos, de um camponês galego e no ícone que dá nome ao poema, enquadrado na zona de O. Cebreiro, em Lugo.
Este poema, já estreado pela Banda de Música da Chapela, foi originalmente destinado a uma banda juvenil, de dificuldade média, em que o autor conta a história do camponês. Será um preâmbulo, como uma lenda, que inicia a apresentação do tema em O Cebreiro e o posterior lançamento do protagonista da história na sua viagem. Após esta primeira parte, virá a secção intermediária da tempestade dividida em tempestade, clareiras e nuvens, em que as colcheias rápidas darão origem à luz, que transcende as trevas numa passagem tranquila concluindo numa passagem pesada muito característica de a paisagem galega cheia de nuvens nas montanhas luguesas. O milagre e a procissão serão os momentos finais da história do camponês, para os quais o compositor utilizará ideias anteriores e assim concluirá uma história que até hoje continua a ter muitas lendas em torno de um dos ícones que mais transcendeu na religião. Para fora por causa do significado oculto que carrega.