MONTE MEDULIO

O poema sinfónico “Monte Medulio” inspira-se na lenda em que numa montanha galega, provavelmente nas margens do Minho, ocorreu no ano 22 a.C. a última batalha dos guerreiros galegos, cantábricos e asturianos contra as legiões romanas por Gaius Furnius e Publius Charisius. Nesta montanha lendária e durante a luta, os guerreiros que lutaram suicidaram-se num ato de resistência e rejeição à submissão romana.

A obra consiste num único andamento dividido em três partes muito distintas que narram lindamente o desenrolar da luta entre galegos e romanos. Assim, a primeira parte chama-se “Amencer castrexo” e capta a vida dos cantábricos, asturianos e galegos antes da ocupação. Aparentemente é um despertar normal, mas na atmosfera o ouvinte pode perceber a tensão anterior a um evento que mudaria o futuro das pessoas.

Em SPQR, a segunda parte da obra, a tensão que era palpável na madrugada castrexo torna-se real. A chegada das tropas, representada pelos passos dos músicos, dá origem a uma luta que culmina no suicídio colectivo dos derrotados, que, mesmo derrotados, não quiseram sucumbir à ocupação e num acto de bravura demonstram que preferem morrer a viver sob o poder romano.

Por fim, é pago uma “Homenaxe aos heróis perdidos”. Esta última parte representa o que poderia ser uma imagem do Monte Medulio após a batalha. É um regresso à calma que exalta a bravura dos lutadores e mistura o orgulho e a bravura dos caído com a tristeza da derrota e da consequente ocupação.